O XIV EREM (Encontro Regional dos Estudantes de Medicina), que ocorreu nos dias 03 a 06 de junho, aconteceu no Colégio Modelo na cidade de Ilhéus-BA e contou com a participação fundamental dos estudantes de medicina da Universidade Federal de Sergipe nos espaços, com uma delegação de 28 pessoas, dentre eles estudantes do 1° ao 7° período (inclusive dois pré-calouros!). Alguns dos membros do coletivo “Seja Realista: Peça o Impossível” participaram, inclusive, da construção do evento em reuniões presenciais e virtuais, ajudando tanto a escolher como desenvolver os temas trabalhados no encontro, bem como construindo as próprias oficinas e compondo as mesas junto com outros centros acadêmicos da regional NE1.
A programação do Encontro contou com mesas fazendo resgates históricos dos modelos de formação médica e uma rica abordagem que vai muito além do modelo biopsicossocial. Os estudantes puderam participar também de momentos mais abertos para questionamentos e debates em oficinas e painéis divididos em pequenos grupos acerca de temas como indústria farmacêutica, extensão universitária, como funciona a sociedade, exame de ordem, modelos de gestão em saúde, ligas acadêmicas, semana de recepção de calouros e o polêmico Ato Médico.
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Oficina "Como funciona a sociedade"
Uma avaliação que podemos fazer é que o EREM possibilitou aos que ainda não tinham participado de algum encontro de estudantes expandir a mente quanto às realidades do curso de medicina e sua relação intrínseca com a sociedade, o conceito amplo de saúde e suas determinações sociais, atentando para a importância da formação política do estudante de medicina para construir ao lado dos movimentos sociais e através do movimento estudantil um modelo de sociedade mais justa e igualitária. Não obstante, proporcionou, além da troca de experiências com alunos das outras faculdades do Nordeste, compreender melhor as diferenças entre os diferentes modelos de formação médica.
Delegação da UFS
E aqui vão os depoimentos de alguns estudantes que nos acompanharam falando o que eles acharam desses 4 dias de encontro:
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Está errado quem pensa que encontro estudantil é sinônimo de farra. Fui esse ano pela primeira vez ao EREM mesmo sem ter começado minhas aulas (sou caloura do 2° semestre), pois me interessei pelo tema da formação médica e vi que não era necessário já estar estudando, bastava ter vontade de adquirir novos conhecimentos. Eu me surpreendi com o quanto ganhei. Pude comparar o atual sistema de ensino de medicina da UFS com o de universidades da Bahia e Alagoas, além de ter visto um resgate histórico dos modelos de formação médica. Abri meus olhos com relação à medicina mostrada em cursinho pré-vestibular a qual é tida como sacerdócio e vi que existe medicina muito além de um consultório, na qual o médico considera em seu diagnóstico a interação do paciente com fatores sociais, psicológicos e biológicos, assim como nem sempre ausência de sintomas é atestado de saúde. Pude ver também que existem pessoas que se preocupam mais com o paciente do que com o salário ganho no fim do mês. (“Sapo é sua mãe filha da puta”) xD
Além do mais fiz várias amizades, muitas da própria UFS e algumas de outras universidades, que serão importantes na minha adaptação no curso de medicina. Enfim, recomendo ir quem ainda tem “preconceitos” , é uma boa experiência.
Rafaela Gomes, pré-caloura.
Confesso que fui pro EREM 2010 pensando: ´´O EREM é mais ‘’farra’’ que outras coisas“. Porém, logo percebi que era muito mais além de farra. O evento integra alunos de diversas faculdades de medicina da NE 1 e de outras universidades afora e conta com diversos eventos voltados a nossa formação acadêmica e social. Durante o evento há diversas oficinas e discussões interessantíssimas sobre diversos temas pertinentes à formação médica, à sociedade e ao movimento estudantil. Destaques para as oficinas de Gênero e Ato Médico. Muito importante também foram as mesas que ocorreram durante o evento, que focaram na discussão dos Modelos de formação Médica com a presença de diversos professores doutores. E não menos importante, ocorreram as festas temáticas que integraram mais ainda os estudantes no EREM. Por fim, parabenizo o Centro Acadêmico de Medicina XIII de Julho (Camed), da UESC e a Co-EREM pelo evento muito bem organizado e por esse ano ter conseguido realizar o evento em um local diferente do comum, o que atraiu e uniu ainda mais os estudantes.
Filipe Emanuel, 2° Período.
UFS e Regional NE1